[30.junho.2008]
as casas habitadas são belas
se parecem ainda uma casa vazia
sem a pretensão de ocupá-las
tornam-se ténues disposições
os sinais da nossa presença:
um livro
a roupa que chegou da lavandaria
por arrumar em cima da cama
o modo como toda a tarde a luz foi
entregue ao seu silêncio
em certos dias,nem sabemos porquê
sentimo-nos estranhamente perto
daquelas coisas que buscamos muito
e continuam,no entanto,perdidas
dentro da nossa casa
jose tolentino de mendonça
(perdoem a ausência)
se parecem ainda uma casa vazia
sem a pretensão de ocupá-las
tornam-se ténues disposições
os sinais da nossa presença:
um livro
a roupa que chegou da lavandaria
por arrumar em cima da cama
o modo como toda a tarde a luz foi
entregue ao seu silêncio
em certos dias,nem sabemos porquê
sentimo-nos estranhamente perto
daquelas coisas que buscamos muito
e continuam,no entanto,perdidas
dentro da nossa casa
jose tolentino de mendonça
(perdoem a ausência)
10 comentários:
é bom ler-te novamente! :)
Muito bonito este poema... estás assim perdoado pela ausência. :)
Gostei *
a ausência não se desculpa... mas a silly season força-nos a isso, como eu te entendo!
casas 'vazias' parecem mortas, despersonalizadas. causas vazias são "houses" e não "home".
gostei dos últimos versos, msm não tendo sensibilidade para a poesia tornou-se interessante a tentativa de interpretação.
ausência será possivelmente perdoada xD*
aah, sabe bem ler aquilo que postas.
este poema está lindissimo. a última estrofe diz-me muito *
liliana: é bom saber.
deep: é um grande poeta o josé.
anya: ainda bem.
h4rddrunk3r: ultimamente parece que a silly season foi durante o tempo de aulas e que agora é que as coisas começam a dar trabalho.
rummy: parece-me um óptimo ponto de vista esse. a diferença entre casas e lares. sinceramente não sei o que é que o josé quereria dizer mas já reparaste quando por vezes temos necessidade de fazer mudanças nos nossos quartos ou casas e como isso nos traz alegria? ou como quando chegamos a casa após muito tempo longe esta nos parece mais leve e fresca? como se ao habitar-mos as casas, deixássemos a atmosfera mais densa devido às energias menos positivas que libertamos. talvez fosse por aí que ele tentou ir. *
telma: é sim, sobretudo pelo duplo sentido.
bela metáfora da casa que trazemos no peito :)
e há dias em que me sinto estranhamente longe de todas essas coisas que procuro e que continuam perdidas dentro da minha casa...
hoje é um desses dias :S
bj*
s.: gosto imenso do duplo sentido que o poema tem.
liliana: é estranho quando isso acontece. um dia sabemos do que estamos à procura e depois parece que acordamos e já sentimos essas coisas longe, em paradeiro desconhecido. depois disso só há uma coisa a fazer: recomeçar a procurar.
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